O QUE É O CÂNCER?

Câncer ou cancro são nomes comuns de tumor maligno que compreendem genericamente as doenças em que determinado grupo de células do corpo se divide de forma descontrolada invadindo os tecidos adjacentes e/ou distantes causadas por mutações no ADN. Essas doenças que podem ser hereditárias ou, mais frequentemente, adquiridas ao longo da vida.

A dificuldade do tratamento do câncer consiste em fazer a distinção entre as células malignas e as células normais do corpo. Ambas são provenientes da mesma origem e são muito semelhantes, o que impede o reconhecimento significativo por parte do sistema imunitário da ameaça.

O tratamento da maioria dos cânceres consiste, em geral, na combinação de várias das técnicas, como: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, novas técnicas e terapias alternativas.


DIAGNÓSTICO

Existem muitos tipos de câncer e com tratamentos diferentes. O diagnóstico de um câncer e a determinação do tipo específico são absolutamente essenciais para definição do tratamento.

O diagnóstico através da biópsia determina a extensão da investigação do tumor primário. Normalmente, a biópsia é associada a outros fatores como: exame clínico, patológico, cirúrgico, exames de imagem (ultra-sonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografias) e exames laboratoriais específicos.


O QUE É TRATAMENTO CIRÚRGICO?

Os tratamentos cirúrgicos consistem em uma das principais formas de tratamento de tumores sólidos. Podem ser empregados de maneira curativa ou paliativa, objetivando a melhoria da qualidade de vida do paciente.


CÂNCER DO APARELHO DIGESTIVO

Anal

Colo-retal

Esôfago

Estômago

Fígado

Pâncreas


Sangramento, dor ou massa na região anal podem estar associados ao câncer de ânus. Contudo, em muitos casos, o câncer de ânus não sangra, não dói e não se observa massa. Uma sensação de desconforto anal (pequeno ou grande) pode ser o único sintoma de um câncer de ânus. O toque retal é um exame importante e que pode denunciar a presença de um tumor no ânus (ou na porção terminal do reto), por esta razão o exame deve sempre ser realizado pelo médico que ouvir do paciente alguma das queixas descritas anteriormente (sangramento, dor ou massa).

Este câncer pode ter origem na região interna do ânus (canal anal) ou na pele da margem anal. A complementação do exame do paciente (após o toque) retossigmoidoscopia ou colonoscopia, associada à biópsia orientará o tratamento a ser realizado, que pode consistir de uma cirurgia para ressecar o tumor (quando ele for benigno ou maligno em fase inicial), quimioterapia e radioterapia combinadas (exclusivas) ou ainda cirurgia radical associada à quimioterapia e radioterapia complementares.

Em qualquer situação, se o tumor for detectado precocemente, existe a possibilidade de cura definitiva da doença com preservação da função esfincteriana do ânus.


CÂNCER DE BOCA

Boca

Laringe

Tireoide

Faringe

Glândulas Salivares

O câncer de boca corresponde a aproximadamente 5% dos casos de câncer. É mais comum no sexo masculino. Os fatores de risco são: o consumo de cigarros (tabagismo), de bebidas alcoólicas (etilismo) e, em especial, quando há associação de ambos. A má higiene oral e as próteses dentárias mal adaptadas podem levar a um trauma crônico e são também considerados fatores de risco.

O principal sintoma do câncer de boca é o surgimento de uma ferida na boca que não cicatriza dentro de duas semanas. Em geral, são úlceras indolores, que podem ou não sangrar. Placas brancas não removíveis (as leucoplasias) são consideradas lesões pré-malignas. Quando o indivíduo apresenta sintomas como dor ou dificuldade para deglutir (engolir), dificuldade para mastigar ou falar e acentuada perda de peso, pode estar portando um tumor já avançado.

A melhor prevenção é evitar o tabagismo e bebidas alcoólicas. O autoexame da boca deve ser feito uma vez por mês, necessitando de boa iluminação e de um espelho. Todas as pessoas devem realizá-lo, principalmente as que tiverem mais de 40 anos de idade e sejam tabagistas e/ou etilistas. Essas pessoas devem ainda realizar consulta uma vez por ano para avaliação de rotina. Alimentos ricos em vitaminas, em especial os vegetais, auxiliam na proteção contra o câncer de boca.

Existe também o câncer de lábio, muito frequente no Brasil, que é um país tropical e onde muitos trabalhadores permanecem longos períodos expostos ao efeito dos raios solares. As pessoas de pele bem clara são as mais acometidas pela doença e a grande maioria dos casos afeta o lábio inferior. A prevenção deve ser feita protegendo a pele contra o sol, seja pelo uso de chapéus ou similares, seja usando protetor solar.

Como as lesões da boca são facilmente visíveis, há um grande potencial de diagnóstico precoce, tornando a doença passível de tratamento e cura, sem sequelas significativas.


CÂNCER INFANTIL

O progresso no desenvolvimento do tratamento do câncer na infância foi espetacular nas últimas décadas. Atualmente, 70% das crianças acometidas de câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianças terá vida praticamente normal.

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As mais frequentes são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças, o neuroblastoma (tumor de gânglios simpáticos), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Diferente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que o do adulto afeta as células do epitélio, que recobre os órgãos (isso ocorre, por exemplo, no câncer de mama e câncer de pulmão). Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas e, em geral, respondem melhor aos métodos terapêuticos atuais.

No adulto, em muitas situações, o surgimento do câncer está associado claramente a fatores habituais como, por exemplo, o fumo, que pode levar ao câncer de pulmão. Nas malignidades da infância não se observa claramente essa associação. Logo, a prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce.

Em nosso meio, muitos pacientes ainda são encaminhados ao centro de tratamento com doenças em estágio avançado, o que se deve a vários fatores como desinformação dos pais, medo do diagnóstico de câncer (podendo levar à negação dos sintomas) e até desinformação dos médicos. Mas algumas vezes isso também está relacionado com as características que determinados tumores apresentam.

É muito importante estar atento a algumas formas de apresentação dos tumores da infância:

Leucemia

Nas leucemias, devido a invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna suscetível a infecções, fica pálida, tem sangramento e sente dor óssea;

No retinoblastoma, um sinal importante de manifestação é o chamado "reflexo do olho do gato" - embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Também pode se apresentar através de fotofobia ou estrabismo. Geralmente acomete crianças antes dos três anos de idade;

Quando se nota uma massa no abdome, pode tratar-se de um tumor de Wilms ou de um neuroblastoma;

Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, podendo ser visível e causar dor nos membros, sintoma frequente no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes;

E o tumor de sistema nervoso central tem como sintomas: dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações cognitivas e paralisia de nervos.

É importante que os pais estejam alertas para o fato de que a criança não inventa sintomas e que, ao sinal de alguma anormalidade, levem seus filhos ao pediatra para avaliação.

O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto, em que há necessidade da participação de um laboratório confiável e do estudo de imagens. Pela sua complexidade, o tratamento deve ser efetuado em centro especializado, e compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença. O trabalho coordenado de vários especialistas também é fator determinante para o êxito do tratamento (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas), assim como o de outros membros da equipe (enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos).

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança está inserida no contexto da família. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar a ele, desde o início do tratamento, o apoio psicossocial.


CÂNCER UROLÓGICO

Pênis

Próstata

Testículos

Rim

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em indivíduos a partir dos 50 anos de idade, muito embora tumores malignos do pênis também possam ser encontrados em indivíduos jovens. Está relacionado às baixas condições sócioeconômicas e de instrução, à má higiene íntima e à indivíduos não circuncidados.

A manifestação clínica mais comum do câncer de pênis é caracterizada por uma ferida ou úlcera persistente, ou ainda por uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de uma destas manifestações, associadas à presença de uma secreção branca (esmegma) pode ser um sinal de câncer no pênis. Neste caso, um especialista deverá ser consultado.

Além da tumoração no pênis, é possível haver presença de gânglios inguinais (íngua na virilha), o que pode ser um sinal agravante da progressão da doença.

Para prevenir o câncer de pênis é necessária uma limpeza diária com água e sabão, principalmente após as relações sexuais. É fundamental ensinar às crianças desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias. A cirurgia de fimose é uma operação simples e rápida, que não necessita de internação. Esta operação, chamada circuncisão, é normalmente realizada na infância e pode prevenir casos de câncer de pênis.

Quando detectado inicialmente, o câncer de pênis possui tratamento e é facilmente curado. É importante, ao fazer a higiene íntima, realizar o auto-exame do pênis. Cerca de mais da metade dos pacientes com câncer de pênis demoram mais de um ano para procurar assistência médica, após o aparecimento das lesões iniciais. Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura.

As modalidades terapêuticas empregadas no tratamento do câncer de pênis são:

(1) cirurgia;

(2) radioterapia adjuvante;

(3) quimioterapia paliativa.


CÂNCER DE OSSOS E PARTES MOLES

Osteosarcoma

Sarcoma de partes moles

A família de Tumores de Ewing acomete primariamente os ossos e o tecido mole. O diagnóstico é mais freqüente na segunda década de vida. A localização mais comum é nos ossos, podendo ocorrer em quase todos os ossos do corpo, sendo que, em ordem de freqüência, é observada em ossos pélvicos, seguidos de fêmur, tíbia e úmero. Tumores indiferenciados que ocorrem em tecido mole são denominados Sarcoma de Ewing Extra-Ósseo. E tumores de tecido mole com características neurais são denominados PPNET. O Tumor Neuroectodérmico Primitivo Periférico da área toracopulmonar é frequentemente denominado tumor de Askin.

A causa é desconhecida, não parece ser hereditária. Os sintomas são: dor ou edema no sítio primário do tumor. Em cerca de 25% dos pacientes ocorre também sintomas sistêmicos como febre e perda de peso, estes sintomas frequentemente podem ser confundidos com osteomielite. Os sintomas podem durar meses até que o paciente procure atenção médica. Isso costuma ocorrer em até 50% dos casos. E cerca de 25% dos pacientes apresentam metástases no diagnóstico, que podem ocorrer em pulmão, osso e medula óssea.

O tratamento de Sarcoma de Ewing e PPNET requer erradicação do tumor no local primário, com cirurgia e radioterapia; e em sítios metastáticos ou micrometastáticos, com quimioterapia. Quase todos os doentes apresentam doença micrometastática, que não pode ser detectada pelos métodos habituais ao diagnóstico. Logo, o tratamento de Sarcoma de Ewing e PPNET requer quimioterapia seguida de cirurgia ou radioterapia. Ainda não está estabelecida qual é a melhor forma de controle local: cirurgia ou radioterapia. Para se obter um bom resultado é necessária a combinação racional das modalidades de tratamento. Um acompanhamento a longo prazo evidenciou que 10 a 30% dos pacientes desenvolvem um segundo tumor em área irradiada.


CÂNCER GINECOLÓGICO

Colo do Útero

Corpo Uterino

Carcinoma de Endométrio

Ovários

Quando detectado através dos exames preventivos anuais ou bianuais, o câncer do colo do útero apresenta alto índice de cura, reduzindo, consequentemente, a morbidade e mortalidade. É fundamental que toda mulher sexualmente ativa faça uma consulta anual ao ginecologista, onde é colhido material para o exame citológico de colo de útero.

A prevenção primária do câncer do colo do útero pode ser realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. A prática do sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV, vírus que tem um papel importante no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer.

A principal estratégia utilizada para a detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer (prevenção secundária) no Brasil é através da realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (conhecido popularmente como exame de Papanicolau).

O exame preventivo do câncer do colo do útero consiste na coleta de material citológico do colo do útero, sendo coletada uma amostra da parte externa (ectocérvice) e outra da parte interna (endocérvice).

Para a coleta do material, é introduzido um espéculo vaginal e procede-se a escamação ou esfoliação da superfície externa e interna do colo através de uma espátula de madeira e de uma escovinha endocervical.

Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Neste caso, são coletadas amostras do fundo-de-saco vaginal posterior e da ectocérvice, mas não da endocérvice, para não estimular contrações uterinas.

A fim de garantir a eficácia dos resultados, a mulher deve evitar relações sexuais, uso de duchas ou medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas anteriores ao exame. Além disto o exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de sangue pode alterar o resultado.

Toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 15 aos 59 anos de idade.

Havendo suspeita de lesão pré-maligna ou maligna no colo-uterino a paciente deve ser submetida a um novo exame ginecológico , colposcopia e biópsia da lesão.

No caso de lesão pré-maligna

NIC I ou lesão escamosa de baixo grau: acompanhamento;

NIC II ou lesão escamosa de alto grau : conização (cone CAF – cone de alta frequência ou cone clássico);

NIC III ou carcinoma in situ: conização (cone CAF - cone de alta freqüência ou cone clássico);

No caso de lesão maligna dependendo da extensão da doença (avaliada pelo exame físico e exames complementares) e das condições clínicas da paciente pode-se proceder a:

(1) Cirurgia : histerectomia total simples com ou sem anexectomia bilateral ( retirada dos ovários);

(2) Cirurgia : histerectomia radical;

(3) Cirurgia + radioterapia adjuvante (complementar);

(4) Radioterapia exclusiva;

(5) Radioterapia associada à quimioterapia;

(6) Quimioterapia exclusiva (paliativa).


CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é o tipo de Câncer mais comum entre as mulheres. O seu risco aumenta nas mulheres nuligestas (que nunca ficaram grávidas), nas mulheres que fazem ou fizeram uso de reposição hormonal (estrogênios sintéticos), e que apresentam casos na família (mãe, tia materna, irmã).

O diagnóstico precoce têm sido o melhor aliado para se obter um bom controle da doença ou cura com resultados bastante satisfatórios. Portanto a realização de exames de imagem de screening (preventivos) como mamografia e ultrassonografia mamária, bem como a realização do autoexame têm contribuído de maneira significativa para a redução da mortalidade e do número de mastectomias (retirada de toda mama).

As pacientes podem procurar ou ser encaminhadas ao mastologista ou oncologista em diversas situações:

(1) Alteração no auto-exame;

(2) Alteração detectada pelo ginecologista ou médico clínico-geral;

(3) Alteração na mamografia ou ultrassonografia mamária.

Na consulta com o oncologista e mastologista é realizada uma anamnese buscando sintomas e fatores de risco para o câncer de mama, realizado o exame físico minucioso e avaliado os exames de imagem mamografia, ultrassonografia , ressonância nuclear magnética.

Uma vez detectada alguma lesão suspeita a paciente pode ser submetida:

(1) Punção aspirativa por agulha fina guiada ou não por ultrassonografia;

(2) Core biopsy (biopsia com a pistola);

(3) Biópsia cirúrgica com ou sem congelação trans-operatória;

(4) Ressecção da lesão guiada ou não por marcação estereotáxica (agulhamento mamário) com ou sem congelação trans-operatória.

Após a definição da malignidade a paciente pode passar pelas seguintes situações:

A - Doença localizada

(1) cirurgia com ou sem tratamento adjuvante.

• Quadrantectomia

• Mastectomia

Dependendo estas cirurgia podem se associadas ou não a pesquisa do linfonodo sentinela (retirada do primeiro gânglio da cadeia de drenagem) ou linfadenectomia axilar(retirada dos gânglios da axila)

B- Doença disseminada

(1) quimioterapia

(2) hormonioterapia

(3) radioterapia

(4) cirurgias paliativas

Tratamento adjuvante.( tratamento para reduzir os riscos de recidivas locais e sistêmicas após uma cirurgia curativa)

(1) Quimioterapia

(2) Hormonioterapia

(3) Radioterapia


CÂNCER DE PELE

Melanoma / Não Melanoma

A prevenção é o método mais eficaz de controle do câncer de pele. Para prevenir o câncer de pele, é necessário evitar a exposição excessiva solar sem proteção, É preciso, portanto, incentivar o uso de chapéus e protetor solar durante qualquer atividade ao ar livre, e evitar a exposição no período das 10:00hs às 16:00hs.

A detecção precoce auxilia no tratamento das lesões. O autoexame consiste na inspeção da superfície corporal (pele) do próprio corpo, incluindo couro cabeludo e planta dos pés. É importante observar pintas que modificam de tamanho, forma, coloração, coçam ou incomodam, principalmente as escuras. Ao perceber alguma alteração, o indivíduo deve procurar um médico.

Carcinoma de pele não-melanoma:

Quando há suspeita de câncer de pele pode-se encaminhar o paciente para uma biópsia incisional (em que retira-se amostra do tumor) para posteriormente encaminhar para o tratamento radioterápico ou cirúrgico. Dependendo do nível de suspeita estes pacientes podem pular a etapa da biópsia e partir para ressecção cirúrgica do tumor com margens de segurança .De uma maneira geral os carcinomas de pele não melanoma têm um excelente prognóstico, pois raramente apresentam metástases ou recidivas locais.

Melanoma:

Toda lesão pigmentada suspeita (mancha escura com características suspeitas ABCD) deve ser submetia a ressecção cirúrgica. Uma vez realizado o diagnóstico de melanoma, realiza-se o estadiamento clínico que pode ser desde um simples exame clínico ou de tomografias computadorizadas.

Definido que o caso é operável, realiza-se a cirurgia nos seguintes moldes:

• Ressecção de lesão com margens cirúrgicas que podem variar de 1cm até 4cm de diâmetro dependendo da presença ou não da ulceração e profundidade da lesão;

• Ressecção associada ou não a pesquisa do linfonodo sentinela;

• Ressecção cirúrgica associada linfadenectomia.

Uma vez definido que o caso é metastático pode-se lançar mão de:

• Ressecção da lesão primária + metástases.

• Perfusão de membro isolado para tratamento das metástases em trânsito.

• Quimioterapia exclusiva (paliativa);

• Imunoterapia (adjuvante);

• Radioterapia (paliativa).


CÂNCER DE PULMÃO E PLEURA

O câncer de pulmão é o mais comum no mundo (excluindo cânceres de pele - não melanoma) e apresenta aumento de cerca de 2% ao ano. A exposição prolongada à fumaça do cigarro ou irritantes, como, por exemplo, o pó de carvão, danifica as células ciliadas (que filtram o ar) e as células muco-secretoras (que facilitam a eliminação de partículas dos pulmões). A incidência de câncer de pulmão em mulheres tem aumentado nas últimas décadas, presumivelmente devido ao aumento do uso de tabaco entre as mesmas. A idade suscetível para a doença em ambos os sexos é de 50 a 60 anos.

Os principais fatores relacionados com o câncer de pulmão são: fumo, agentes químicos (arsênico, encontrado em agrotóxicos e radônio, encontrado em minas subterrâneas), dietéticos, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fatores genéticos e história familiar de câncer.

O fumo é a maior causa de câncer de pulmão em ambos os sexos. O tabagismo constitui-se em um sério problema porque, comprovadamente, afeta a saúde dos fumantes, bem como das pessoas que convivem com eles em ambientes poluídos pela fumaça do fumo. O cigarro é diretamente responsável por cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão. Múltiplos estudos prospectivos provaram que os fumantes têm risco até 14 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão do que os não-fumantes. O risco é proporcional ao número de cigarros fumados por dia. A interrupção do hábito de fumar reduz gradualmente o risco de carcinoma de pulmão, mas pode-se levar até 30 anos para que a incidência seja reduzida ao nível dos não fumantes.

Os tumores de localização central provocam sintomas como tosse, sibilos, estridor (roncos), dor torácica, hemoptise (escarro com sangue), dispnéia (dificuldade respiratória) e pneumonite, causados por obstrução endobronquial ou compressão extrínseca. Já os tumores de localização periféricas apresentam sintomas menos exuberantes restringindo-se à tosse seca persistente , dor torácica e dispnéia.

Muitas vezes torna-se difícil se fazer o diagnóstico do carcinoma de pulmão, portanto, lança-se mão de diversos métodos para se obter fragmentos do tumor para estudo anátomo patológico, dentre os métodos pode-se citar:

• Citologia do escarro;

• Broncoscopia + biópsia + lavado brônquico;

• Biópsia por agulha (guiada por tomografia);

• Toracocentese ( punção do liquido pleural);

• Biópsia pleural;

• Biópsia pré-escalênica (biopsia dos gânglios em região acima da clavícula);

• Mediastinoscopia (avaliação dos gânglios meidiastinais;

• Videotoracoscopia;

• Toracotomia exploradora.

Uma vez diagnosticado o carcinoma realiza-se exames para estadiamento como tomografia de tórax e abdômen superior , em caso avançados e se houver suspeita de dor óssea realiza-se cintolografia óssea e ressonância nuclear magnética para avaliar o encéfalo.

Conforme as condições pulmonares e clínicas do paciente o tratamento pode ser:

• Cirurgia exclusiva;

• Cirurgia associada à quimioterapia adjuvante;

• Radiotearpia exclusiva ou associada á quimioterapia;

• Quimioterapia exclusiva (paliativa).